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Chuvas de Meteoros
Crédito: Shigemi Numazawa
Meteoro é o fen?meno conhecido popularmente como "estrela cadente". Ele acontece quando uma partícula ou gr?o de poeira penetra na alta atmosfera da Terra. Estas partículas s?o geralmente de origem extraterrestre e chegam com velocidades muito grandes (entre 100 e 200 mil km/h). O atrito com os gases da alta atmosfera faz com que estas partículas alcancem altíssimas temperaturas e literalmente evaporem. O rastro luminoso deste processo é o meteoro que avistamos aqui do ch?o, durante a noite; mas o fen?meno ocorre entre 40 e 100 km de altura. O tamanho dos meteoros varia deste alguns micra (a milésima parte do milímetro) até alguns metros. Os maiores s?o extremamente raros e podem atingir a superfície da Terra. à estas rochas que atingem o solo chamamos de meteoritos. Clique aqui para ver a foto de um meteoro (visto por entre nuvens; os tra?os luminosos vistos na mesma dire??o s?o estrelas) da Chuva dos Leonidas feita por Lorenzo Lovato, na Itália, em 1998.
O que s?o Chuvas de Meteoros?O nosso Sistema Solar possui muitos cometas, alguns dos quais chamados de "periódicos", ou seja, que tem período e órbita em torno do Sol relativamente fixos dentro dos limites do Sistema Solar. Os cometas s?o aglomerados (da ordem de algumas dezenas de km) feitos de gelos de diferentes substancias e gr?os de poeira. Quando os cometas aproximam-se do Sol, aumenta a temperatura da sua superfície e parte do seu material "evapora": o gelo vira gás (sublima??o), que é posteriormente arrastado pelo "vento solar" (partículas emitidas pelo Sol), formando a cauda, mas os gr?os de poeira s?o suficientemente pesados para permanecerem em órbita do Sol, ao longo da órbita do cometa. Passando várias vezes próximo ao Sol, o cometa formará um verdadeiro tubo de matéria ao longo de sua órbita.
A Terra tem uma órbita "bem comportada" em torno do Sol, mas os cometas, n?o. Desta forma, ocorre que a órbita da Terra intercepta a órbita de alguns cometas periódicos do Sistema Solar. Assim sendo, todo vez que a Terra passa por um ponto onde intercepta a órbita de um cometa periódico, ela passa por um tubo de matéria. Logo, os gr?os de poeira deste tubo ser?o atraídos pela for?a gravitacional da Terra e penetrar?o na alta atmosfera, quase todos ao mesmo tempo, provocando uma verdadeira chuva de meteoros. Este fen?meno tem um instante de máximo, quando a Terra está no ponto exato onde intercepta a órbita do cometa.
A Nomenclatura das ChuvasQuando olhamos o fen?meno aqui do ch?o, temos a impress?o que todos os meteoros que vemos parecem vir de um mesmo ponto no céu. Esta é a mesma impress?o que uma pessoa em um carro em alta velocidade tem com rela??o às luzes dos postes que iluminam a rua. O tubo de matéria está ao longo da órbita do cometa (que tem uma dire??o determinada), assim como as luzes dos postes est?o ao longo da estrada. Em Astronomia, chamamos esta dire??o de "radiante". Toda chuva de meteoros tem um radiante determinado, que acaba nomeando a chuva de meteoros. Por exemplo, os Leonidas tem este nome porque o seu radiante é na constela??o do Le?o.
Como Observar Chuvas de Meteoros?é importante dizer que chuvas de meteoros s?o fen?menos de difícil previs?o. Podemos prever com alguma exatid?o o instante em que a Terra intercepta a órbita do cometa, mas n?o se haverá uma quantidade razoável de gr?os de poeira para provocar um fen?meno visualmente bonito. O instante de máximo da chuva também tem pouca confiabilidade, pois nem sempre ocorre quando a Terra atravessa a órbita do cometa (o erro pode ser de 12 horas para mais ou para menos).
O que se observa é uma grande quantidade de meteoros em um espa?o relativamente curto de tempo. Em Astronomia, costumamos quantificar isto, através da taxa horária, ou seja, a quantidade de meteoros que é vista por hora. Assim, quando dizemos que a taxa da chuva é de 60 meteoros/hora, n?o significa que teremos 1 por minuto, mas que o observador verá 60 meteoros se tiver a paciência de ficar olhando o céu durante uma hora.
Para se ver bem o fen?meno, deve-se estar em um lugar o mais escuro possível e com ampla vis?o de todo céu. N?o é necessário olhar em uma dire??o específica. A melhor forma, é ficar deitado, de modo a se olhar todo o céu. Nas cidades, avista-se apenas os meteoros mais intensos. Ainda assim, dependendo da intensidade da Chuva, pode-se ter um bonito espetáculo. Alguns meteoros s?o muito rápidos (duram cerca de 1 seg.), outros podem durar um pouco mais (cerca de 10 seg.). Os mais brilhantes e demorados apresentam colora??es variadas, desde o prata até um verde claro intenso (clique aqui para ver a foto de um Leonida esverdeado, feita por Olivier Staiger em 1998). Com alguma sorte, você poderá ver alguns fen?menos mais raros, como a explos?o de um meteoro (parte-se em vários peda?os) ou as nuvens remanescentes (o material sublimado do meteoro forma um pequeno cirrus, que desfaz-se aos poucos, podendo durar até 30 minutos - clique aqui para ver uma foto deste fen?meno, feita por Timo Leponiemi, em 1999). Se você estiver em um lugar silencioso, poderá até ouvir o barulho dos meteoros entrando na atmosfera (alguns semelhantes ao barulho de avi?es a jato em grande altitude, outros como um apito agudo longínquo).
Para ver um pequeno filme de um Leonida, seguido do efeito de nuvem remanescente, clique aqui. Cuidado para n?o confundir as nuvens que est?o passando com o cirrus formado pelo meteoro. Esta anima??o foi feita por Terry Platt em 1999, cobre cerca de 20 minutos, com exposi??es de 1 minuto.
Quais os Reais Perigos das Chuvas de Meteoros para a Humanidade ?Os meteoros s?o, na sua maioria, extremamente pequenos e n?o conseguem chegar até o solo. Talvez alguns poucos consigam, mas certamente n?o ser?o maiores que uma bolinha de tênis. Portanto, n?o há qualquer perigo para nós. Entretanto, os artefatos humanos no espa?o (os satélites) podem sofrer danos, ainda que a chance seja pequena. Segundo William Cooke (Marshall Space Flight Center) os fluxos de partículas esperados para uma Chuva de Meteoros intensa s?o:
Tamanho da Partícula(diametro) | Energia de Chegada(Joules) | Fluxo Esperado (partícula/hora/m2) | Pior Caso (partícula/hora/m2) |
---|---|---|---|
> 20 micra | 0,0097 | 2 | 59 |
> 100 micra | 1,2 | 0,068 | 2 |
> 1 milímetro | 1210 | 0,000065 | 0,0019 |
Para efeito de compara??o, uma bala disparada por um revólver calibre 38 tem uma energia aproximada de 310 joules, ou seja, as maiores partículas dos Leonidas podem atingir os satélites em órbita com uma energia 4 vezes maior que um tiro de calibre 38. Entretanto, a probabilidade de isto ocorrer é baixa. Mesmo no pior caso e imaginando que a chuva dure cerca de 3 horas, o fluxo de partículas potencialmente perigosas será de aproximadamente 0,03 partículas/m2. Assim sendo, a chance de um satélite ser danificado é diretamente proporcional à sua área. Os menores satélites (maioria) têm áreas efetivas pequenas e est?o fora de perigo.
A chance de serem alvejados é menor que 3%. Já os satélites maiores podem realmente ser danificados, pois as chances s?o menores que 30%. Para minimizar as possíveis perdas, as agências espaciais reorientam os painéis solares (que proporcionam a maior contribui??o para a área do satélite), de modo a ficarem paralelos à dire??o das Chuvas mais intensas.
Observa??o de chuvas de meteorosAs chuvas de meteoros s?o periódicas, ou seja, todo ano elas ocorrem aproximadamente na mesma data, pois s?o provocadas por tubos de matéria que s?o interceptados pela Terra ao longo de sua órbita em torno do Sol. No último endere?o da rela??o de páginas virtuais listadas abaixo s?o encontradas informa??es sobre as chuvas de meteoros que ser?o visíveis este ano do hemisfério sul.
Outras Páginas Virtuais Importantes:- Comets & Meteor Showers - página mantida pela American Meteor Society, com muitos detalhes e histórico de meteoritos (em inglês).
- Leonid Meteor Storms - página da NASA, que explica o fen?meno e as observa??es que s?o feitas por avi?es de grande altitude (em inglês).
- Meteorit - página do finlandês Timo Loponieni, com uma grande quantidade de links e fotos (em inglês).
- How to view Meteor Showers - página de Lew Gramer e Karen Simmons, sobre como observar chuvas de meteoros (em inglês).
- Observa??o de Meteoros - página elaborada pelo grupo de astronomia amadora GEA (Grupo de Estudos de Astronomia)
Cirrus - forma??o de nuvem típica de alta altitude na nossa atmosfera. As nuvens chamadas de cirrus formam-se geralmente a 8 km de altura, ainda dentro da troposfera. Os cirrus provocados pelos rastros remanescentes dos meteoros s?o pelo menos 5 vezes mais altos e ocorrem na estratosfera, onde os fortes ventos os desfazem rapidamente.
Constela??o - agrupamento aparente de estrelas, que foram reconhecidos e nomeados por culturas antigas (Suméria, Babil?nia, Grécia, etc..). Por raz?es históricas, os nomes e grupamentos foram mantidos e até hoje s?o usados para nomear e dividir o céu em regi?es.
órbita - trajetória de um corpo celeste em torno de outro principal. A órbita da Terra é quase circular em torno do Sol. As órbitas de corpos menores como os asteróides e cometas s?o geralmente mais elípticas e inclinadas (com rela??o ao plano do Sistema Solar).
Sistema Solar - sistema em que nosso planeta (a Terra) se encontra, formado pelo Sol (estrela central), 9 planetas, asteróides, cometas e partículas de poeira. Seu tamanho é de cerca de (órbita de Plut?o) 12 bilh?es de km.
Tempo Universal - hora do meridiano de Greenwich (Londres). Para obter a hora de Brasília é só diminuir 3 horas(ou 2 horas no horário de ver?o).
Vento solar - o Sol n?o emite só luz, como percebemos no dia-à-dia. Ele também emite partículas carregadas(elétrons, prótons, etc) através de fen?menos conhecidos como eje??es coronais. Estas partículas viajam a velocidades muito grandes (levam cerca de 5 dias para chegar até a Terra) e s?o responsáveis pelo fen?meno das auroras polares, que ocorre quando chocam-se com a alta atmosfera da Terra.
Zênite - palavra de origem árabe, que designa o ponto no céu exatamente acima da nossa cabe?a.